Avaliação do passo
O efeito do alongamento em correntes de transmissão é resultado do desgaste de pino, bucha e rolo. Igualmente conhecido por “perda do passo”.
Essa fadiga mecânica está o tempo todo presente em correntes transportadoras devido a mancalização da corrente. Ela é responsável por 95% das quebras durante o funcionamento do equipamento e na maioria das vezes não é percebida.
Apesar disso, essas paradas não planejadas por quebra de corrente comprometem a confiabilidade do equipamento e a segurança da equipe de manutenção.
Além disso, o benefício de acompanhar o passo da corrente é estar atento a uma possível quebra indesejada. Assim, é possível evitar maiores prejuízos devido à parada inesperada do equipamento, comprometendo a capacidade produtiva do mesmo.
Tensionamento
É essencial que as correntes industriais sejam tensionadas corretamente. Se o tensionamento for excessivo, produzirá um aumento do desgaste da corrente e seus componentes de forma prematura. Já o tensionamento insuficiente, causará um funcionamento ruidoso e um aumento de desgaste em velocidades maiores.
Uma folga correta equivale a 2,00% da distância central entre eixos. Por exemplo: uma corrente com 20 metros, entre centros, o tensionamento será cerca de 400 mm.
Outra forma de analisar o tensionamento da corrente, é verificar a queda de catenária/suspensão livre na entrada da roda dentada.
Quando uma nova corrente for instalada, o primeiro ajuste de tensão é após 10 horas. Depois, 30 horas e 100 horas em funcionamento. Passado os primeiros ajustes, as correntes devem ser inspecionadas após um período inicial de operação de um mês. Posteriormente, a cada 3 meses.
O tensionamento correto, acomoda as folgas e diminui a vibração do conjunto corrente.
Desalinhamento
Conjunto corrente, rodas dentadas e trilhos desalinhados produzem desgaste excessivo e aumento do coeficiente de atrito. A curvatura (ou cambagem) resultante aumentará a carga de atrito e causará danos ao conjunto transportador. Padrões de desgaste incomuns nas correntes podem indicar uma condição de desalinhamento.
Os tipos mais comuns de desalinhamento são:
- Eixos não paralelos;
- Desalinhamento entre as rodas dentadas (módulo motor | movido);
- Desalinhamento dos trilhos, em relação à corrente.
As possíveis falhas incluem:
- Perda da área de rebite do pino;
- Elos com desgaste rápido
- Quebra da corrente ou pino por sobrecarga;
- Laminação dos elos da corrente
- Laminação dos dentes da roda dentada
O conjunto alinhado contribui para o funcionamento adequado conforme previsto no projeto e aumenta a vida útil da corrente.
Desgaste do pino
Inspeção visual dos pinos, consiste em localizar sinais de:
- Deformação;
- Amassamento;
- Perda de rebite;
- Perda de contra-pino;
- Estão soltos (girando).
Os pinos são componentes de carga da corrente. E, são tratados termicamente para resistir à força de cisalhamento na carga da corrente (volta da roda dentada). Este tratamento térmico é por camada e definirá a vida útil assim como a confiabilidade da corrente.
Quando a carga é aplicada na corrente, a força acumula-se no “verso” do pino ficando suscetível ao desgaste desta camada.
Sob esta condição, a superfície (camada) de tratamento térmico do pino garantirá a confiabilidade do transportador, pois, no engrenamento da corrente com a roda dentada, quando esticada e sob tensão, haverá ponto de estresse.
Se a camada de tratamento térmico estiver desgastada, potencializará a quebra do pino.
Pino girando, é porquê perdeu a interferência!
Desgaste da engrenagem
Se a roda dentada estiver fora do passo, forçará a corrente a subir nos dentes, concentrando o esforço, potencializando uma quebra e causando a parada não planejada.
Por esse motivo, é recomendável instalar uma roda dentada nova sempre que for efetuada a troca da corrente.
Examine atentamente os dentes da roda dentada. Se você examinar as faces dos dentes, poderá saber imediatamente se a roda dentada se desgastou ou não.
Você notará uma tira brilhante (sinais de laminação) em cada um dos dentes. Dê atenção especial a profundidade de desgaste, como exemplificado na imagem a seguir representado pela letra (A).
A propósito:
Uma roda dentada com número par de dentes, terá sempre o mesmo dente, engatado pelos mesmos rolos/bucha a cada rotação, resultando em desgaste acelerado e menor vida útil.
Inspeção visual, consiste em localizar sinais de:
- Deformação;
- Quebra do dente;
- Amassamento;
- Laminação.
Trilho de desgaste
A correta combinação de corrente e trilhos de desgastes, resultará no máximo de vida útil do conjunto transportador, composto por eixo, rolamento, mancais e motorização.
Fatores como: resistência ao desgaste e coeficiente de atrito entre a corrente e o trilho de desgaste, devem ser considerados se o foco for a maior vida útil do equipamento utilizado.
Os principais motivos para se utilizar os trilhos de desgaste são:
- Proteção da corrente contra desgaste excessivo;
- Redução do coeficiente de atrito, assim, reduzindo a potência necessária para o acionamento do conjunto;
- Alinhamento da corrente.
Existem muitos materiais adequados para uso como trilho de desgaste. E, nenhum deles é igualmente adequado para todos os tipos de correntes.
Para uma maior eficácia dos trilhos de desgaste, é necessário considerar a aplicação, onde deve ser analisado características como:
- Ambiente abrasivo ou limpo;
- Transporte de corrosivos;
- Temperatura;
- Lubrificação.
Instalação dos trilhos de desgaste conforme material utilizado. Abaixo seguem os principais:
UHMW
Deve ser fixado com comprimento pequeno, permitindo a expansão quando sujeito aos efeitos do calor ou da umidade;
AÇO CARBONO
Atenção à rugosidade onde a corrente transportadora vai deslizar, e, há necessidade de tratamento térmico no trilho de desgaste. O lubrificante que você usa na corrente, deverá conter na fórmula um agente antiferrugem.
AÇO INOX
Considerar aços austeníticos, pois, têm a melhor resistência à corrosão. Também é importante garantir mínima rugosidade e dureza após o tratamento térmico. Um trilho de qualidade deve apresentar alta resistência ao desgaste e excelentes propriedades de deslizamento (menor coeficiente de atrito).